Com
dificuldades para tocar sozinha as obras de importantes refinarias de petróleo
no Nordeste, a Petrobras precisou ir à China tentar convencer a estatal do
setor no país asiático a entrar como sócia nos empreendimentos. A presidente da
companhia, Maria das Graças Foster, aproveitou visita a prováveis investidores
nos leilões de petróleo e gás marcados para este ano para tentar formar
parcerias também na produção de gasolina e diesel.
A
informação foi revelada na quinta-feira (28) pelo ministro de Minas e Energia,
Edison Lobão, que admitiu "uma certa dificuldade financeira" para a
estatal levar adiante os projetos das Refinarias Premium 1 e 2, localizadas no
Ceará e no Maranhão. No caso maranhense, o início do refino de petróleo estava
previsto pela Petrobras para 2016, mas o governo estadual já estima que o
empreendimento só esteja concluído em 2018.
"Um
projeto nessa altura não pode acabar, ele é uma necessidade para o País.
Estamos importando gasolina e diesel não porque não temos petróleo, mas porque
não temos refinarias", disse Lobão durante o programa de rádio Bom dia
ministro, produzido pela Radiobrás.
"Pedi
que a Graça fosse à China buscar parceria com estatal para completar a refinaria
do Maranhão", completou o ministro. A empresa chinesa em questão é a
Sinopec, gigante do setor energético que tem ações listadas nas Bolsas de Hong
Kong, Nova York, Londres e Xangai.
Após
a participação no programa, Lobão voltou atrás e disse que a viagem da
executiva à Ásia na semana passada foi feita, na verdade, a convite de
empresários locais interessados em se associarem à Petrobras para a disputa dos
leilões de exploração de gás e petróleo. A 11ª rodada ocorrerá em maio, o
leilão de gás não convencional foi antecipado para outubro e o certame do
pré-sal está marcado para novembro.
"O
modelo contempla a formação de consórcios para explorarem essas áreas junto com
a Petrobras. Por isso, a Graça visitou a China e visitará outros países",
disse o ministro. "Mas ela recebeu convites para conhecer esses eventuais
parceiros, ela não está lá como uma caixeira viajante", completou Lobão.
Térmicas.
Lobão voltou a dizer ontem que o governo continua avaliando o pedido das
distribuidoras de eletricidade de ajuda para lidar com o alto custo da energia
térmica. Além das companhias de distribuição, as geradoras também vão procurar
o governo para pedir socorro para arcarem com pelo menos R$ 600 milhões de um
rombo total estimado em R$ 4 bilhões em janeiro. "Sempre recebemos os
agentes do setor e vamos avaliar as demandas", limitou-se a comentar. As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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