Apesar
de parecer um tema simples evitar acidentes de trabalho não é uma tarefa fácil.
Evitar
acidentes de trabalho requer disciplina de administradores e funcionários. A
grosso modo, temos como sugestão algumas medidas simples que poderão ser
eficiente no combate ao acidente.
Conscientização
A
segurança do trabalho só flui na empresa através de conscientização. É
necessário que a empresa adote uma linguagem clara no tocante a aos riscos e as
medidas que deverão ser adotadas.
9.5.2
Os empregadores deverão informar os trabalhadores de maneira apropriada e
suficiente sobre os riscos ambientais que possam originar-se nos locais de
trabalho e sobre os meios disponíveis para prevenir ou limitar tais riscos e
para proteger-se dos mesmos.
A
conscientização dos funcionários é de longe a prática mais importante para um
gestão de segurança do trabalho de sucesso.
Fazes da
conscientização:
- Divulgação dos riscos
A
empresa precisa divulgar de forma clara os riscos a que estão expostos os
funcionários da empresa. Afinal, é impossível alguém que queira se prevenir
daquilo que nem conhece, não é?
Essa
conscientização pode acontecer através de palestras como SIPAT (que é
obrigatória), dentre outras, e também usando comunicação visual, placas de
perigo, risco, cuidado, a até o Mapa de Risco.
Um
Mapa de Risco bem elaborado com uma linguagem clara é muito útil para
conscientização. O Mapa de Risco consegue conscientizar e orientar até aqueles
que ainda não tiveram chance de participar de palestras, como visitantes da
empresa por exemplo.
- Divulgação das medidas preventivas
Antes
de fornecer o EPI o funcionário deve ser orientado. Muitas empresas entregam o
EPI e obrigam o uso sem nem ao menos se dar ao trabalho de mostrar para que o
EPI serve e como se deve usar.
Todos
os funcionários devem receber essa orientação antes de iniciar o uso, isso é
uma atitude que mostra respeito. Essa orientação nem precisa ser demorada,
talvez possa ser ministrada até no momento de assinar a Ordem de Serviço, em
uma conversa com o funcionário.
EPC’s
São
o foco de todo prevencionista inteligente.
Já
abordamos na postagem EPI ou EPC qual devo indicar que o EPC deve ser a
primeira opção a ser analisada para atenuação ou eliminação dos riscos no
ambiente de trabalho. O EPI só deve ser indicado em último caso, ou como medida
passageira segundo a NR 6 (veja de forma aprofundada no link anterior).
EPI’s
São
muito usados e conhecidos na maioria das empresas.
É
uma medida fornece proteção por um preço bem em conta. São o pesadelo de muitos
Técnicos em Segurança do Trabalho. Diálogos individuais e palestras podem
ajudar muito na conscientização dos funcionários mais resistentes ao uso.
|
Usar EPI é obrigatório |
FERRAMENTAS DE
PREVENÇÃO
- DDS – Diálogo Diário de Segurança
É
uma ótima ferramenta de conscientização dos funcionários.
São
palestras curtas, que normalmente não chegam a 15 minutos. Habitualmente
ministradas no próprio ambiente de trabalho. Com temas focados nos riscos
presentes no ambiente, e nas medidas preventivas adotadas pela empresa.
Em
algumas empresas o DDS é diário para todos os trabalhadores, em outras, cada
dia é feito com uma parte da equipe de trabalho, outras optam por palestras
semanais, mensais.
- Check lists
Possuem
várias utilidades. Na Segurança do Trabalho podem ser usadas para verificações
de segurança em locais de trabalho, veículos, máquinas, ferramentas,
equipamentos, EPI’s e até para funcionamento de órgão como SESMT e CIPA.
Têm
também os famosos check lists de NR’s que servem para adequar à empresa as
exigências da NR utilizada como fonte do próprio chec klist.
- Investigação de acidentes
É
importante para determinar a causa do acidente, para tentar evitar que
aconteçam acidentes parecidos.
- PPRA
O
programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)
A
primeira vista quando lemos o nome do programa logo temos a primeira impressão
que é um programa sobre meio ambiente, mas, na verdade esse programa visa à
proteção da saúde do trabalhador no “ambiente” de trabalho.
O
PPRA é documento é fundamental, para a proteção e saúde dos trabalhadores, e
também para uma boa gestão de segurança e medicina do trabalho na empresa.
A
partir do mapeamento dos riscos feitos no PPRA fica mais fácil fazer o
monitoramento e controle dos riscos existentes no local de trabalho.
- Inspeções de segurança
Visam
à identificação dos riscos causadores de acidentes e doenças ocupacionais,
fazendo uso da técnicas e recursos apropriados. Após o completo mapeamento dos
riscos, serão determinadas as medidas preventivas e corretivas necessárias.
Tipo de inspeção
Geral
Envolve
todos os setores da empresa ou grande parte dela, normalmente esse tipo de
inspeção é previamente definida.
Parcial
É
feita em setores de trabalho, maquinários, ou partes específicas.
De rotina
São
inspeções eventuais ou feitas em intervalos regulares curtos e previamente
definidos. Esse tipo de inspeção é muito usado por profissionais de segurança
do trabalho.
Periódica
É
realizada com data e local previamente definido. Adotando-se para tanto um
cronograma que indicará os locais e periodicidade de inspeção adotada para cada
setor listado. Tem como objetivo dar atenção às condições de segurança dos
diversos setores existentes em uma empresa.
Eventual
Feitas
sem previsão de data. É o tipo de inspeção que depende da sensibilidade do
profissional. Normalmente surte bons resultados por causa do fator surpresa.
Oficial
São
realizadas por órgão governamentais do trabalho como Ministério do Trabalho,
Bombeiros, e empresas particulares como seguradoras e parceiros de trabalho.
Especial
É
o tipo de inspeção mais aprofundada. Que requer equipamentos ou aparelhos
especiais.
-
PCMSO
O
Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO) tem como
objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus
trabalhadores.
Sendo
então, um programa que em conjunto com os demais somará forças em
prol da saúde dos trabalhadores.
Tem
caráter de prevenção, mapeamento precoce e diagnóstico dos agravos a
saúde dos trabalhadores, além da constatação dos casos de doenças profissionais
ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores.
O
responsável legal por esse programa deve ser um profissional formado em
Médicina do Trabalho.
-
APR
A
Análise Preliminar de Risco (APR) é uma técnica que visa à prevenção de
acidentes do trabalho através da antecipação dos riscos.
É
uma visão antecipada do trabalho a ser executado, que permite
a identificação dos riscos envolvidos em cada passo da tarefa, e
ainda permite a condição de evitá-los ou conviver com eles em segurança.
-
PT
A
Permissão de Trabalho (PT) ou Permissão de Trabalho Especial (PTE) é um
formulário normalmente utilizado em trabalhos de risco elevado. É um
formulário usado para documentar a liberação de um trabalho por um tempo
determinado.
É
uma ferramenta de avaliação e documentação de possíveis riscos causadores
de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Uma das fases da PT é
a APR (Análise Preliminar de Risco).
- Sinalização / placas de aviso
Sinalização
e sinalização de segurança se confundem. Afinal, ambas servem como
orientadores. Uma pessoa bem orientada tem menos chances de sofrer um acidente.
As
placas de aviso tipo perigo, risco, cuidado devem ser usadas com inteligência,
não podemos rotular tudo como perigoso. Quem faz assim corre o risco de ter sua
sinalização como desacreditada. Uma sinalização desacreditada se torna inválida
e não cumpre sua missão.
- Organização do ambiente
Sabemos
que um ambiente desorganizado é um convite ao acidente. Então, devemos também
estar de olho na organização e até na limpeza do ambiente. Mantenha contato
permanente com o pessoal do setor de limpeza, descubra quais são as áreas mais
vulneráveis a carentes de limpeza e de vez ou outra dê uma conferida.
Limpeza e organização andam juntas.
- Não improvisar
É
uma regra de ouro da segurança do trabalho. O improviso é um dos maiores
causadores de acidentes e acidentes de trabalho.
- Participar dos treinamentos oferecidos pela
empresa
É
muito importante a participação dos funcionários nos treinamentos de segurança
oferecidos pela empresa.
O
ideal é que até os líderes da empresa participem para dar o exemplo. Fazendo
assim, o treinamento ganha em credibilidade, e cada vez mais pessoas se
sentirão motivadas a participar.
- Cumprir as normas de segurança adotadas pela
empresa
Como
bem sabemos, a empresa é a responsável pela prestação de serviço, é ela que
deve coordenar como o trabalho é desenvolvido. E também arcar com a
responsabilidade e consequência dessa coordenação.
É
importante que a empresa se faça ser ouvida a respeito das normas de segurança
estabelecidas por ela. As normas internas devem ser seguidas pelos funcionários
como se fossem leis. Para isso podemos até usar das penalidades previstas por
leis e jurisprudências. O que não pode é que as normas sejam somente de
fachadas, que não sejam cumpridas, que não sejam aceitas…
A
empresa precisa ser consciente no momento da criação das normas internas, ela
não pode criar normas apenas por “modismo”! Não pode criar procedimentos que
ferem a legislação e a ética pessoal do trabalhador.
As
normas de segurança devem ser pensadas e elaboradas a fim de proteger os
funcionários. Esse é o único motivo da existência delas.
Conclusão
Essas
foram apenas algumas de muitas outras técnicas que são totalmente viáveis e
apresentam ótimos resultados para evitar acidentes de trabalho. O importante é
que tudo seja usado com muita consciência e seriedade. Afinal, tudo isso
envolve o maior bem que a empresa possui que são seus funcionários.